Estudantes chilenos usam Dragon Ball Z
e Michael Jackson para protestar
Objetivo é fazer 1.800 horas de protestos pela educação
Fernando NahuelEfe
Estudantes querem fazer 1.800 horas de protesto no Chile
Estudantes chilenos recorreram a todas as formas possíveis para chamar a atenção em favor da educação pública, incluindo corridas, a adaptação de uma praia na cidade e coreografias de Thriller. A maratona de protestos começou no início de maio, com manifestações de jovens ao redor do Palácio de La Moeda, que quarta-feira (20) reuniu um grupo de professores.
Carolina Álvarez, da Universidade Andrés Bello, diz que o objetivo é obter avanços na educação.– Meus pais são obrigados a pagar 300 mil pesos mensais (R$ 1.020), mais do que ganha 50% ou 60% da população chilena.
Em uma particular corrida de revezamento, os jovens pretendem realizar, até o dia 27 de agosto, 1.800 horas de protesto, o mesmo número de milhões de dólares que, segundo eles, é preciso para financiar a educação pública durante um ano.
A última dessas iniciativas aconteceu nesta terça-feira (19), quando centenas de jovens chegaram até a Praça de Armas com uma bola gigante de plástico de 5 m de diâmetro como a de Goku, protagonista da série japonesa Dragon Ball Z, que era carregada pelos estudantes. O objeto simbolizava a energia acumulada no movimento.
O descontentamento social levou à saída de Joaquín Lavín do Ministério da Educação – ele era criticado por ter sido fundador de uma universidade privada.
No dia 24 de junho, os arredores da sede do governo foram palco de uma manifestação em que os estudantes imitavam o clipe da música Thriller, de Michael Jackson, que surpreendeu quem passava pelo local. Cerca de 3.000 estudantes, com rostos pintados, vestidos com roupas rasgadas e com roupões brancos, se transformaram em um Exército de zumbis para representar a situação em que, na opinião deles, está a educação chilena.
Poucos dias depois, em pleno inverno, os estudantes trocaram os livros por guarda-sóis e montaram uma praia na frente do Ministério da Educação para convidar o então ministro da Educação a dar um descanso do cargo.
Com maiôs, toalhas, óculos escuros e boias, os jovens, acompanhados de pais e professores respondiam à decisão de Joaquín Lavín de antecipar as férias de inverno em duas semanas para terminar com as ocupações de dezenas de colégios.
Assim, os estudantes começaram a colecionar manifestações criativas, enquanto começavam a inventar curiosas formas de chamar a atenção sobre seus problemas, com as redes sociais e o YouTube como seus melhores aliados.
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